Então é Natal!
Então é natal...e o que você fez?
O natal é uma das festas mais encantadoras do mundo ocidental. É um momento aguardado pelas crianças (para ganharem seus presentes) e pelos adultos (que, em tese, se tornam mais sensíveis aos apelos de paz, generosidade e harmonia). O mundo volta a sua atenção para o presépio, onde figura-se a singela cena do nascimento de nosso Senhor em uma humilde estrebaria. As igrejas cristãs preparam cultos cuja temática aborda algum aspecto desse evento bíblico que marcou a história da humanidade.
Para além das controvérsias sobre a data, não se pode negar o fato de que Cristo veio ao mundo como uma criancinha e habitou entre nós, nosso Eterno Deus Conosco. E diante desse fato, a pergunta que dá nome ao título deste artigo ecoa aos nossos ouvidos: então é natal, e o que você fez? Ao analisarmos a narrativa bíblica podemos identificar quatro grupos que se destacaram por ocasião do nascimento de Jesus: os donos das hospedarias da época, os líderes judeus, Herodes e cia e os pastores.
José e Maria viajaram de Nazaré a Belém a fim de cumprirem o decreto de César Augusto sobre o recenseamento. Maria já estava próximo a dar à luz e José não conseguia lugar onde repousar. Lucas 2: 7 (ult. Parte) afirma que “não havia lugar para eles na hospedaria”. Não havia lugar para Jesus. Quantas pessoas estão vivendo sem ceder um lugar a Cristo em seus corações. Estão com a mente tão preenchida com as coisas seculares que estão deixando a oportunidade de ter a experiência de Cristo nascendo em seu interior. Batem-lhe a porta e dizem: Não temos vagas!
Outro grupo que partilha dessa atitude é o dos líderes judeus, porém, seu caso é ainda mais grave e hipócrita. Eles detinham o conhecimento profético com respeito à vinda do Messias. Eles aguardavam, com todas as suas forças, esse maravilhoso evento, mas suas expectativas estavam alicerçadas sob uma base equivocada. O menino Jesus da manjedoura não encontrava eco no grande Rei que viria para destronar o poder romano e restaurar a glória de Israel. Aquele Messias não era o Messias aguardado por esses judeus, pois seu Reino não satisfazia as expectativas mesquinhas das aspirações políticas daquela época. Muitos pensam em receber um Jesus que atenda às suas necessidades materiais, que traga sucesso e comodidade mundana, mas esquecem que Ele nasceu para trazer a cruz e não uma escada de ascensão profissional.
O terceiro grupo, o de Herodes, via Jesus como uma ameaça a ser eliminada. O cristianismo sempre foi atacado desde seu surgimento, mas o homem tem se tornado cada vez mais ousado nesta obra. A guerra cultural em que vivemos é também uma guerra espiritual, visto que abala os princípios elementares da tradição judaico-cristã. Cristo é uma ameaça para aqueles que não querem se arrepender de seus pecados e nem sequer suportam ouvir que são pecadores! Porém, a graça de Cristo ainda oferece libertação a esses que estão cegos pela própria incredulidade.
Por fim, o último grupo é representado pelos pastores. Em Lucas 2: 8-20 encontramos a linda história desses homens que, ao receberem a visita de um anjo trazendo as boas novas da chegada do Messias, correram até o local indicado e se maravilharam diante do verdadeiro presépio. Eles glorificaram a Deus e O louvaram.
O que estamos fazendo com esta boa nova que recebemos? Tem Jesus encontrado um lugar em nosso coração? Ou Ele e seu evangelho não estão de acordo com as nossas expectativas? Será que Ele é uma ameaça, que tem dividido a humanidade? O anjo revelou no dia em que Jesus nasceu: “Não temais; eis que vos trago boas notícias de grande alegria, e que são para todas as pessoas” (Lucas 2: 10). Cristo nasceu para cumprir a promessa de redenção feita a Adão e sua posteridade, para provar Seu amor por suas criaturas enganadas, para viver a vida que nos é possível imitar. E essa boa notícia é para todas as pessoas. O convite é inclusivo e não discriminatório, não precisa ninguém ficar de fora. Mas é natal...e o que você fará?